terça-feira, 26 de junho de 2012

A menina que brincava com fogo



  • ·         Autor: Stieg Larsson 
  •  Editora: Companhia das Letras 
  • Gênero: Policial, mistério
  • Ano: 2009
  • Número de páginas: 607
  • Onde comprar: Ponto Frio, Extra, Efacil, CD Point, Ricardo Eletro, Loyola, Fnac, Livraria da Travessa, Vitrola, Siciliano, Citylar, Saraiva, Insinuante, Americanas, Submarino, Terra do Saber, nas melhores livrarias.
“Ele estava sentado num carro com o vidro lateral abaixado. Ela corria para o carro, jogava a gasolina pelo vidro aberto e riscava um fósforo. Era questão de um segundo. As chamas surgiam instantaneamente. Ele se contorcia de dor e ela ouvia seus gritos de terror e aflição. Podia sentir o cheiro de carne queimada e aquele, mais cáustico,do plástico e do revestimento do banco se carbonizando .”


Após o caos instalado nos casos Wennerstrom e Vanger, a vida vai aos poucos voltando ao normal para os membros da Millennium. A revista, outrora à beira da falência, agora tem anunciantes e uma procura grande, graças a Mikael Blomkvist, que voltou a ser uma grande estrela. Lisbeth Salander, por outro lado, resolve sumir do mapa. Após dar um golpe em Wennerstrom e ficar bilionária, ela viaja pelo mundo, a fim de esquecer tudo e todos. 

 As coisas começam a mudar quando os editores da Millennium recebem a visita de Dag Svensson, que planeja publicar um livro denunciando o tráfico de mulheres do Leste Europeu e possui uma vasta lista de clientes sexuais do alto escalão sueco, que podem abalar o país. A lista envolve policiais, juizes, promotores, políticos e muita gente graúda. A Millennium resolve publicar a história e Dag começa a trabalhar com afinco. Sua mulher, Mia Bergman, está para concluir doutorado sobre o tema e também o ajuda com a história.

 Tudo começa a complicar quando Lisbeth retorna à Suécia e fica a par das denúncias de Dag. Ela vai ao apartamento de Dag e Mia para contar algumas coisas que sabe e sai de lá pouco antes de Blomkvist chegar ao apartamento dos dois. Quando Mikael chega lá, os dois estão mortos. A polícia encontra a arma do crime, com digitais de Lisbeth e de seu tutor, Bjurman. O problema é que Bjurman também é encontrado morto em seu apartamento, o que faz com que Lisbeth seja procurada por triplo homicídio. Começa-se uma grande caçada a Lisbeth Salander, que volta a desaparecer.

  Paralelamente à caçada policial, a Millennium começa uma investigação, pois todos acreditam que ela é inocente. A Milton Security, antigo emprego de Lisbeth, também começa sua investigação. E daí a história vai transcorrendo, com as investigações cada vez mais complicadas e com muitas revelações do obscuro passado de Lisbeth. Seqüência da história anterior, este segundo livro continua sendo cansativo.
Continua o festival de nomes sendo jogados em cima do leitor, confundindo com a quantidade de nomes e sobrenomes. Para piorar, cada vez que um personagem entra na história é passada toda a sua ficha, desde o nascimento até os dias atuais, passando por traumas de infância, adolescência, estudos, família… e lá se vão três páginas só para falar de um personagem que não é importante na história. Além disso, toda história tem um norte, que é a razão daquele livro ser escrito. O deste são os assassinatos e a culpa recaindo sobre Lisbeth. Só que este norte só é apresentado após mais de 200 páginas lidas. 

Ou seja, para o leitor chegar ao cerne da questão, tem que ter muita paciência para passar um livro inteiro só de encheção de lingüiça. Porém, há pontos positivos que fazem este livro se destacar de seu anterior, começando pelo personagem principal. Na história anterior, enquanto o assunto era Blomkvist, a história era chata e cansativa; quando era Lisbeth, ganhava ação e emoção. Nesta história, tudo gira em torno de Lisbeth, o que faz com que tudo seja mais agitado. 

Também há reviravoltas, revelações pra lá de surpreendentes, que deixam o leitor de boca aberta. São poucas, mas estão presentes no livro. E também há aquela dúvida na cabeça de quem lê. No início, todo mundo acredita que Lisbeth é inocente. Com o passar da história, essa certeza vai passando e o leitor passa a crer que ela é, de certa forma, culpada. 

Só no final é que se descobre se ela tem ou não sua parcela de culpa. Lisbeth, em suas férias no Caribe, desenvolve um amor louco por matemática. Os primeiros capítulos sempre apresentam equações. Essas equações somem ao longo da história. No final, Lisbeth se empolga porque, finalmente, conseguiu resolver um enigma matemático. Mas não revela o que é. Sabe a piada da fotografia? Ainda não foi revelada… Sem contar que não há final. Parece mais o primeiro filme de O Senhor dos Anéis, em que eles vão chegando e… fim! Enfim, vale a pena ler só se houver muita paciência para superar as páginas de enrolação, que não são poucas.

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