• Autor: Boris Akunin (Pseudonimo de Grigorij Tchkartichevili)
• Editora: Objetiva
• Gênero: Policial
• Ano: 2004
• Número de páginas: 447
• Onde adquirir: http://www.objetiva.com.br/, Cultura, Walmart, Aratebi, Loyola, Cia dos Livros, FNAC, Livraria da Travessa, Artepau Brasil, Saraiva, Americanas
“Mas por que estás tão triste, bela espinheira alvar. A oscila, a balançar. A cabeça baixa, o pescoço quase a se dobrar…”
O detetive Fandórin volta de longo tempo trabalhando na embaixada russa no Japão. No dia seguinte, teria que se encontrar com o general governador de Moscou, príncipe Dolgorukoi, para ser nomeado responsável pelas missões especiais. Por ironia do destino, no hotel onde Fandórin se hospeda também estava o grande herói russo, general Sobolev, conhecido como “Aquiles”. Mas Fandórin nem tem tempo para cumprimentá-lo, pois o general é encontrado morto naquela mesma noite.
A partir daí, Fandórin deve desvendar o crime, contando com a ajuda de Massahiro Shibata, ex membro da Yakuza que foi salvo por Fandórin e, por este motivo, jurou proteger a vida de seu salvador. Além de Massa (como Fandórin o chama), há os interesses políticos em jogo e é por isso que ele conta com a ajuda do chefe de polícia, membros das Forças Armadas Russas e do próprio general governador Dolgorukoi.
Porém, uma rede complexamente emaranhada está à frente de Fandórin que, a cada nova pista que desvenda, mais mistérios tem para resolver. Afinal, embora pareça que a morte foi de causas naturais, as autoridades insistem que um herói russo com saúde de ferro não poderia morrer tão fragilmente, por isso que insistem que ele foi assassinado. Após algumas investigações, Fandórin chega a uma cantora alemã, que também presta outros tipos de serviços, mais picantes a seus clientes. Wanda é uma cantora requisitada nos hotéis e restaurantes e foi com ela que Sobolev passou sua última noite.
Quanto mais investiga Wanda, menos convicção de sua culpa Fandórin tem. Porém, a ligação de Wanda com a espionagem alemã (prestes a entrar em guerra com a Rússia) é motivo de preocupação. Neste momento, outra mulher surge chamada Ekaterina Golovina, bielorrussa de Minsk. Ela diz ser amante do general Sobolev e sabe de coisas que fazem com que o grande herói russo não seja tão herói assim. Ela fala a respeito de uma pasta contendo um milhão de rublos, que sumiu do apartamento do general.
Passando a contar com a hipótese de latrocínio, Fandórin chega ao bairro dos pilantras de Moscou, Khitrovka, para procurar o responsável pelo roubo da pasta. Micha – O Pequenino – é o líder dos bandidos da Khitrovka e muito difícil de ser encontrado e apanhado, pois vive cercado de capangas. Fandórin e Massa se disfarçam e vão com o mestre de Fandórin, Piótr Parmenytch para o bar onde os pilantras comem. Mas, sabe-se Deus por que, os policiais são descobertos e atacados. Piótr é morto, enquanto que Fandórin e Massa são aprisionados separadamente. Fandórin consegue escapar, contando com as técnicas que aprendeu depois de anos no Japão (incluindo uso de nunchaku e shurikens) e um pouco de sorte.
Após escapar e conseguir resgatar Massa, Fandórin começa a pensar que alguém do círculo investigativo está entregando seus passos. Ao retornar para alertar o general governador, um telegrama de Moscou o afasta em definitivo das investigações. Mesmo assim, Fandórin continua trabalhando, nas sombras, onde descobre a melhor hipótese para tudo o que ocorreu.
Neste momento, a história é bruscamente freada. A segunda parte do livro conta a história toda novamente, mas do lado do assassino. Desde seu nascimento, infância, por que ele se tornou assassino, seus medos, tudo isso é contado nos primeiros capítulos da segunda parte. Depois disso, a história passa a ser contada do seu lado, como ele causou o assassinato, como as provas se tornaram provas, tudo novamente, até o ponto onde Fandórin descobre a melhor hipótese para tudo o que ocorreu.
Neste momento, a história volta para Fandórin e passa a ser dupla, como uma música em que uma parte é cantada por um cantor, outra parte é cantada por outro e o final é cantado em dueto. Em letra 11, é contada a visão de Fandórin para a ação e, logo em seguida e em letra 10, é contada a mesma cena do lado do assassino. E o livro vai assim até o final, onde quem vence… só lendo para saber!
Nota 5: Livro fraco.
É uma situação diferente, pois os livros normalmente contam um crime e o caminho que o agente percorre até desvendar aquele crime. Mas este conta o crime, o agente tentando desvendar o crime, o assassino se apresentando por livre e espontânea vontade logo na metade da história e o final, entrelaçando o mocinho e o bandido em uma ação frenética. A trama é até interessante, mas poderia ser mais bem trabalhada.
É cansativo você ler uma história que já é complicada e, depois, ler tudo de novo sob uma nova ótica. Já seria cansativo com uma história normal, mas é mais cansativo ainda por se tratar de um livro russo, onde os nomes são dificílimos de pronunciar.
Sem contar que cada agente na história possui três nomes, no mínimo, nomes gigantes. E o autor ora chama o personagem pelos três nomes, ora por um nome só, ora pelos dois primeiros, sempre nos confundindo mais e mais.
Também cansa a falta de padrão nos capítulos. Uns têm pouco mais de 20 páginas, outros têm entre 30 e 40 páginas e, pasmem, há um capítulo com mais de 100 páginas!
A história se passa no século XIX, em 1879. Por isso, tecnologia não é uma coisa empregada aqui. Não há carros na rua e todo o percurso é feito em carruagens. Por ser uma época com quase 150 anos de defasagem para a nossa, fica difícil visualizar algumas coisas descritas no livro.
Fandórin está para a Rússia como James Bond e Sherlock Holmes estão para a Inglaterra, Maigret está para a França, Poirot está para a Bélgica e tantos outros heróis investigadores estão para seus países e isso conta a favor do detetive russo, que se torna referência na literatura de seu país.
A saga de Fandórin é composta por quatro livros, sendo A Morte de Aquiles o último dos quatro. Os outros três são Rainha do Inverno (1876), A Jogada Turca (1877) e o mais famoso dos quatro, Leviatã (1878), todos resumidos no final do livro. Porém, não aconselho nenhum deles, por se tratar de uma leitura muito complicada e cansativa.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
A Morte de Aquiles
Postado por Juaum às 00:01
Marcadores: -Juaum, Análises, Literatura
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3 comentários:
Me interessei pelo livro, mas não o suficiente para ler. Parece ser uma perspectiva diferente de leitura, apesar da repetição.
Legal o Review, João! O Bordoada ta muito parado, tem que fazer mais reviews :D
Pois é, Tah, a história, a trama em si, até que é legal. Mistura política com guerra, interesses escusos, mas é cansativa demais!
Eu também tô achando o Bordoada muito parado. Eu tô seguindo a minha função. Tô fazendo um review por mês, sempre no meu dia. Queria fazer dois por mês, mas eu tô lendo um livro extremamente complexo e demorado, para o próximo review: A Batalha do Apocalipse! Mas eu vou ver se consigo fazer mais um post este mês, em homenagem à Copa...
Opa, eu também acho que o Bordoada ta meio parado... vamo se movimentar galeraaaaaaaaa... :P
Seguinte, ele ta meio parado pq eu não tenho assistindo nada mesmo, e não tenho muito do que fazer review, e pode ser que venha coisas novas pela frente.
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