sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Livro de Eli (The Book of Eli)


Ano: 2010
Roteiro: Gary Whitta
Direção: Albert Hughes e Allen Hughes
Gênero: Ação/Aventura/Drama

Em um mundo pós apocalíptico, Eli (Denzel Washington) possui uma missão: caminhar para o oeste. O que torna essa missão mais difícil é que, com o mundo devastado e os recursos escassos, as pessoas voltam aos seus instintos primitivos e acabam se tornando novamente animais praticamente irracionais, que matam para conseguir alimento, estupram viajantes azaradas e formam bandos para poder tirar proveito desse ambiente caótico.

Esse cenário do filme não é nada de inovador e que já não tenhamos visto, seja em filmes, como Mad Max 2, animes, como Hokuto no Ken, e jogos, como Fallout. E acredito que Mad Max se inspirou em Hokuto no Ken um pouco, assim como Fallout se inspirou nesses dois, e Eli se inspirou em todos. O que deu um diferencial para o filme, é a história principal, que gira em torno de um livro. Sim, mas o que um livro teria de importante em um mundo devastado pela guerra? Esse é o grande mistério do filme, e não vai ser por aqui que você ficará sabendo.

É meio que impossível não entrar em discussões sobre a humanidade depois de assistir esse filme. E é difícil fazer sem spoilers, mas vamos lá. É um tema bastante abordado em filmes e livros, como o atual “Ensaio sobre cegueiras”, que nos questiona: o que as pessoas são capazes de fazer para sobreviver? E eu acho interessante isso, apesar de no Livro de Eli não ser tão abordado, fica mais como um plano de fundo para a história. Religião também é outro tema abordado, e nos faz pensar bastante, e eu achei muito boa a maneira com que eles fizeram. Não tomam uma posição, se religião é bom ou
não, mas você pode fazer diversas interpretação, até mesmo sobre a história da religião, o que ela nos proporcionou e proporciona até hoje, e as conseqüências dela. Pode até ter dado um ar meio ateu, mas as reações dos personagens desmentem essa versão.
O filme tem diversas cenas de ação, bem feitas, algumas um tanto quanto forçadas, como um
cara lutando contra dez e matando todos, mas eu achei
divertido. A primeira cena de ação é interessante, é em um túnel e só é possível ver a sombra com a silhueta dos personagens, perdendo membros.

Os efeitos foram bem feitos (pelo menos no cinema, já rolou de eu falar aqui que os efeitos são bons e pessoas que assistirem em casa falarem que são horríveis), explosões, desmembramentos, apesar de as vezes não realistas,
convenceram e divertiram. O cenário ficou muito bom, meio Western, como se tivesse regredido no tempo, mas com tecnologias e armas atuais. A caracterização dos personagens ficou excelente também, com suas roupas, a sujeira, falas, etc.

A trilha sonora do filme que é fantástica. Contribuiu muito para a atmosfera pesada do filme, casou muito bem com os cenários e cenas, foi uma das melhores coisas na produção, pois ela realmente convenceu e envolveu. A principal inclusive está na minha cabeça até agora. Em um cinema então, com o som alto, perfeito.


As atuações ficaram no nível certo, nem ficaram um nível inferior nem superior ao do filme. A atuação que mais se destacou ao meu ver foi a do vilão, Carnegie (Gary Oldman), ficou perfeito nesse papel, e atuou muito bem. Destaque para a Solara, interpretada por Mila Kunis. Quem assistia That 70’s Show sabe que ela é a Jackie, e não vai ter como desvincular ela desse personagem no filme e ficar imaginando ela gritando “Michael” do nada.

Em si, o filme não é épico, mas é muito bem feito e dirigido, sua história é boa e possui uma sacada excelente, e eu achei que o tempo passou bem rápido assistindo ele, não fiquei com aquela sensação de que passou devagar.


Originalidade: 1.5/3 – O filme possui suas originalidades, porém o seu esqueleto não é muito, como o cenário pós apocalíptico, os vilões, as ações humanas nesse ambiente, etc.

Produção: 2.5/3 – Como falei, a direção é boa, as atuações na medida certa, os efeitos especiais convencem, e a trilha sonora é espetacular.


Diversão: 3.5/4 – O filme ao meu ver é muito divertido, valeu a pena ter pagado para assistir no cinema, não me arrependi nem um pouco, e essa sensação de diversão me deixou até com um sentimento de que a nota final deveria ser maior, mas tenho que ser justo com os demais quesitos.


Nota Final: 7,5

5 comentários:

Diego disse...

nhaa eu não gostei muito desse filme não.
mas enfim. esperava mais

Wagner Barbosa disse...

Tava um pouco (não muito) a fim de ver esse filme no cinema. Mas acabei vendo A Caixa ao invés dele (triste decisão).

Acho que faltou tu frisar os defeitos da produção. Pelos menos eu senti que esse review ficou meio morno (talvez em constraste com o do Legendários xD)...

Juaum disse...

Já estava achando que tinham entrado na minha seara, de crítico literário. Mas, tipo, esse filme é igual ao "Independece Day", onde a população é dizimada e o país vira um eterno deserto? Eu acho isso meio chato...

Rocha. disse...

é mais, pois no Independence day o foco nem é esse, e o mundo tava sendo destruido, não havia sido ainda, tinha salvação... nesse ai já ta tudo destruido a 30 anos, e é só deserto e escombros.

Juaum disse...

Chatão, hein?