segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Ladrão de Raios



• Autor: Rick Riordan
• Editora: Intrínseca
• Gênero: Romance adolescente/suspense/ação/mitologia
• Ano: 2009 (2ª edição)
• Número de páginas: 387 (mais 10 de “bis”)
• Onde adquirir: Nas melhores livrarias
• Análise por: João Guterres

“E se os deuses do Olimpo estivessem vivos no século XXI? E se eles ainda se apaixonassem por mortais, com o quais tivessem filhos que pudessem se tornar heróis? Segundo a lenda da Antiguidade, a maior parte deles, marcados pelo destino, dificilmente passa da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade.”

Percy Jackson é um garoto azarado e encrenqueiro de 12 anos. Com tão pouca idade, disléxico e com outros déficits de atenção, conseguiu ser expulso de todos os colégios que estudou. Seu último colégio foi a Academia Yancy, um colégio particular para crianças problemáticas do norte de Nova Iorque e lá, Percy vivia sendo atormentado pelos outros internos, filhos delinqüentes de pais ricos. Seu carrasco lá era a professora de iniciação à álgebra, Sra. Dodds. Ela não podia ver uma encrenca com Percy por perto que já o culpava de tudo. Por outro lado, o professor de latim, Sr. Brunner, era o seu favorito. Com aulas teatrais e jogos no lugar de provas, ele era o preferido da maioria.

Em uma excursão de sua turma ao Metropolitan Museum of Art, uma de suas inimigas, Nancy Bobofit, foi tirar satisfações com ele e seu melhor amigo (Grover) e acabou jogada ao chão, como se a água do chafariz a empurrasse. Na mesma hora, a Sra. Dodds o pegou e o levou para o interior do museu, para tratar de sua expulsão do colégio. Só que, no interior vazio do museu, a professora se tornou um monstro, prestes a engolir o aluno e, neste momento, o professor Brunner jogou uma caneta para Percy, que se transformou em uma espada e transformou a professora em pó.

Expulso do colégio, Percy retornava à sua casa, quando o ônibus parou no meio da estrada. Do outro lado da rua, ele viu três senhoras tricotando, o que segundo Grover, era um péssimo agouro, eles deveriam sair dali imediatamente. Percy consegue driblar o amigo e chega em casa sozinho, esperando encontrar a mãe, mas quem estava em casa era seu padrasto, Gabe Cheiroso, que o odeia e só o chama de “Marginalzinho”.
Quando sua mãe chega, ela o leva para um fim de semana na praia. Lá, uma tempestade desaba e quem aparece de surpresa no meio da noite é Grover. Após conversar com a mãe de Percy, eles se convencem de que está na hora de Percy ir embora dali, para o acampamento que o pai de Percy (que ele nunca conheceu) sempre quis levá-lo.

A viagem ao acampamento ganha contornos dramáticos quando um imenso minotauro os persegue e agarra sua mãe, que se desfaz em pó de ouro. Percy teria que subir uma colina e cruzar o ponto onde uma árvore a delimita. Mas ele só faz isso após arrancar um chifre do minotauro, que também se desintegra.

Uma vez no acampamento, Percy reencontra o professor Brunner e descobre que ele, na verdade, é um centauro e seu nome é Quíron. Por isso que ele vivia preso a uma cadeira de rodas, para esconder seu traseiro de cavalo. Descobre, também, que seu amigo Grover é, na verdade, um sátiro e por isso mancava, mas corria tão bem, já que tinha que esconder seus cascos.

Lá ele também conhece os outros meninos e meninas, todos heróis como ele. Cada deus grego tem um chalé em seu nome, onde seus sucessores ficam, como se fossem as casas de Hogwarts em Harry Potter. Quem não é reclamado por nenhum deus, fica no chalé de Hermes até ser reclamado. Fazendo muitos amigos (exceto o pessoal do chalé de Ares), Percy se sente em casa, finalmente. Também treina bastante e aprende muitas coisas sobre os deuses.

Um belo dia, após um incidente durante um torneio (a captura da bandeira), Percy recebe uma missão. Ele deve procurar o raio mestre de Zeus, que foi roubado, e entregá-lo de volta ao deus supremo no Olimpo, antes do solstício de verão. Para isso, ele vai contar novamente com Grover e Annabeth, sua amiga da casa de Atena.
Eu tentei ao máximo resumir a história sem entregar spoilers e, a partir daqui, estaria contando tudo, inclusive o final. Se você quiser entender melhor essa história, se Percy consegue recuperar o raio roubado, onde ele se encontra e outras coisas mais, terá que ler o livro.


Nota 9,5: Altamente recomendado!


Então, a história é fantástica. Só perde meio pontinho por dois pequenos motivos: a história é em primeira pessoa, o que é um pouco chato (se não for uma história estilo Diário da Princesa) e porque a história é um pouco previsível. Os títulos de cada capítulo já entregam o que vai acontecer nele. Mas a trama dá reviravoltas mesmo tendo certa previsibilidade.

Uma mistura perfeita de mitologia grega com os dias atuais. Ver Dionísio (ou Baco, deus do vinho e das festas) sendo chamado de Sr. D, como um ex bêbado chateado da vida e ver Ares como um motoqueiro encrenqueiro são exemplos de como seriam os dias de hoje se os deuses gregos andassem entre nós.

Além disso, a história mundial é perfeitamente entrelaçada com a mitologia grega. O autor consegue mesclar os acontecimentos, como as grandes guerras, com o humor dos deuses. O autor também coloca grandes personagens da humanidade (como Hitler, Beethoven, Houdini, etc.) como filhos dos deuses. A mescla é tão boa que você vai lendo e aquilo vai fazendo sentido.

Desde que a saga de Harry Potter se tornou um fenômeno mundial, várias sagas novas já recebem a alcunha de “o sucessor de Harry Potter”. Mas nenhuma saga até agora conseguiu fazer esse título ser merecido. Ou melhor, nenhuma até a saga Percy Jackson e os Olimpianos. É a que mais se aproxima do fenômeno que foi o bruxinho de Hogwarts.

Os capítulos não têm um padrão definido. Alguns têm 12 páginas, outros têm 25. Mas a leitura é tão divertida, que você nem percebe e o capítulo já passou. E, ao final do livro, ainda tem o primeiro capítulo do segundo livro (O Mar dos Monstros), o que te dá uma imensa vontade de começar a lê-lo assim que o primeiro livro se encerra.

Corrobora com a nota alta o fato de que os livros desta saga ocupam 4 das 5 primeiras posições na lista dos mais vendidos na categoria infanto-juvenil. Parece que vale a pena ler a saga…

Para: Fãs de mitologia grega, amantes de uma boa aventura e viúvas de Harry Potter.

3 comentários:

Tadeu M. Fagundes disse...

Siiiiiiiim!
Eu tava esperando por um review do Ladrão de Raios! Eu sou muito fã da série, li esse livro faz um ano, já li o 2º (Mar de Monstros), o 3º (Maldição do Titã) e o 4º (Batalha do Labirinto)...
Ótima série, arrisco que é melhor que o Harry Potter, pois sou muito fã de mitologia grega.

O filme que foi uma decepção para mim, pois não é fiel ao livro, pelo fato de estar sucetível a não ter continuação na telona!!

Enfim, nota 9.8, na minha opinião.

Aguardando anciosamente pelo último livro (O Último Olimpiano) :D

Rocha. disse...

Eu tenho vontade de ler esse livro, parece muito bom, esta na lista das minhas futuras leituras... lista grande já, e eu já sou lerdo para ler...

Juaum disse...

Então, Tah, eu tinha curiosidade sobre esse livro desde o ano passado, quando o vi na vitrine principal da loja em que costumo comprar. Só que não tinha dado o devido valor porque tinha acabado de vir de uma bienal e tenho livros para ler até hoje. A curiosidade aumentou e eu vi que era uma saga, que tinha mitologia, coisa e tal. Aí eu resolvi comprar e ler logo! Mas para sair os outros aqui no Bordoada, vai demorar um pouquinho agora, até eu enxugar a lista que tenho aqui.

Eu não uso nota quebrada. Para mim, ou é cheia ou é meio ponto, então eu tirei meio ponto por causa daquilo que já falei na crônica. Mas é muito bom mesmo, é próximo de 10!

Purple, por conta disso, mais do que vale a pena ler. É muito bom ver como misturam tão perfeitamente a mitologia com os acontecimentos de hoje e é uma história bem light, divertida. Eu recomendo a qualquer custo!