sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Superman: Entre a Foice e o Martelo


Ano: 2003
Título original: Superman: Red Son
Roteiros: Mark Millar
Desenhistas: Dave Johnson e Kilian Plunkett
Arte Finalistas: Andrew Robinson e Walden Wong
Colorista: Paul Monts

O que aconteceria se ao invés dos Estados Unidos, a nave que trouxe Kal-El para a terra caísse na União Soviética?

Entre a Foice e o Martelo é um título do selo Elseworld, onde situações alternativas ocorrem no universo DC. Nesta história de Mark Millar o Superman caiu na Ucrânia, foi criado por um casal de fazendeiros e quando achou que poderia fazer mais pelas pessoas foi para Moscou onde ingressou no Partido Comunista como braço direito de Stálin.
Mesmo não concordando com a política do ditador, Superman é utilizado como garoto propaganda da URSS. Justamente por tomar posição política clara, Superman acaba por desbalancear a guerra fria fazendo o mundo todo ser a favor do comunismo, com única oposição nos Estados Unidos.

Millar realoca o universo do homem de aço muito bem para a União Soviética, ao mesmo tempo que mantém alguns personagens do mesmo círculo nos EUA. Alguns papéis se alteram devido a isso, como por exemplo Pete Ross que se torna Pietr Roslov, filho bastardo de Stálin e que faz o serviço sujo do pai. Ele seria o próximo governante da URSS não fosse pelo Superman, que apesar de não ter nenhuma vontade de governar o povo acaba sendo alvo da raiva de Pietr.
Superman continua se importando com as pessoas e ajudando quem quer que seja, russo ou americano, mas ao perceber que só tomando o controle de tudo ele poderia realmente erradicar os males do mundo, acaba por se tornar um ditador tão autoritário quanto Stálin.

No lado americano o maior destaque fica para Lex Luthor, o homem mais inteligente do mundo é a única arma contra o Superman Soviético. Porém ele não é um herói, continua um vilão, e melhor (ou pior) do que nunca! Lex vê o seu rival como um desafio a sua inteligência, e está pouco ligando se o mundo todo é comunista, capitalista ou uma grande bola em chamas. Toda a HQ é envolta nos planos malucos de Lex para acabar com o homem de aço, seja através da força criando super-vilões ou através da política quando decide tomar o poder na casa branca.
A sua margem ficam os personagens comuns das histórias do Superman como Lois Lane, que continua jornalista, mas casada com Lex; Jimmy Olsen que nunca trabalhou no Planeta Diário, e é a ligação entre governo americano e Lex Luthor; Oliver Queen (Arqueiro Verde) que toma o lugar de Clark como jornalista no Diário, etc.

Os vilões corriqueiros do Superman fazem participações, como Brainiac que encolhe Stalingrado ao invés de Kandor como nas HQ's habituais. Bizarro também dá as caras, e sua origem lembra muito o 4º filme do Superman.
Além deles existe um novo vilão que se torna uma grande pedra no sapato vermelho: Batman! Ele teve os pais mortos por Roslov e se tornou um anarco-terrorista anti-superman. Ele continua o Batman impossível de ser derrotado, só que agora não mede esforços para causar o caos nas ruas de Moscou, como forma de rebeldia contra o governo autoritário e utópico do homem de aço.

Um ponto fraco da HQ, pelo menos quanto a sua tradução pela Panini, é o nome. Apesar de ser um nome bacana, Entre a Foice e o Martelo, ele perde todo o sentido do nome original, Red Son. Filho Vermelho reforça ainda mais a condição ideológica do novo Superman, além de no original dar um trocadilho entre Red Son e Red Sun(Sol Vermelho), o contraposto dos poderes do herói que provém do sol amarelo, assim como o comunismo é o contraposto do capitalismo.

Nota: 9,5

Recomendada!

Ótima HQ, que apesar de não fazer parte de sua cronologia oficial é uma das melhores histórias do último filho de Krypton.

Para: Fãs do Superman, fãs de quadrinhos em geral, fãs de universos alternativos.

3 comentários:

Leandro Kindermann disse...

Essa é uma que eu quero ler!

Rocha. disse...

porra parece mto bom essa dai, vou procurar! certo que procurarei!

Renan Pacheco disse...

Apesar de não gostar do homem de aço, aliás não gosto da DC, essa HQ parece ser muito boa, adoro universos alternativos de HQs.