quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Perkins’ 14 (acho que não foi lançado no Brasil)



Direção: Graig Singer
Roteiro: Lane Shadgett
Ano: 2009
Gênero: Suspense, Terror

Sinopse oficial livremente traduzida: conta à vida de Ronald Perkins, que se tornou instável mentalmente quando seus pais foram mortos em sua própria casa quando ele tinha apenas seis anos de idade. Sua paranóia fez com que ele acreditasse que os assassinos iriam voltar no futuro para matá-lo. Aos trinta e quatro anos Perkins enlouquece de vez e seqüestra catorze crianças na pequena cidade de Stone Cove, faz uma lavagem cerebral e cria um exercito de assassinos psicóticos.



Já sei que você ai lendo deve ta pensando em me xingar, mas calma que apesar da sinopse oficial ser essa o filme não é bem por ai... Mas vou contar só no fim, ai dou os spoilers, mas caso você ainda for assistir, vai notar que é consideravelmente diferente a sinopse para o roteiro.

Primeiro vou contar a historinha, um site organizou uma espécie de promoção, onde as pessoas escreviam roteiros e os atores postavam vídeos e os escolhidos, conseguiriam participar do filme, projeto em conjunto e financiado pelo After Dark Films, Massify e FanLib.

Conta com a atuação de Michael Graves (lá do Misfits) que é bastante canastrão, ainda mais interpretando um ‘’quase’’ jovem guitarrista que namora uma adolescente (serio botava umas musicas do Misfits que ia ser bem mais legal).

As outras atuações são misturadas, tem gente que convence com gente que chega a ser forçado a tentativa de atuação. Assim como a direção que em momentos segue o estilo oriental com cortes rápidos e misturando efeitos com a câmera desfocando imagens, outras parece um filme independente com aqueles ângulos bizarros de ‘’nuca do personagem’’ ou ‘’câmera em baixo do nariz’’, conta com mortes violentas on-screen e outras off-screen (em que vemos apenas sombras e deduzimos o que aconteceu).

E o roteiro também segue essa linha com altos e baixos, misturando boas idéias e bons momentos com buracos e situações sem sentido, como em um momento crucial um personagem resolve ir ao banheiro sozinho e ainda por cima perder tempo pichando o muro ‘’i was here’’.

Falarei mais dos furos e das boas idéias no final dessa analise.

Isso tudo faz com que o filme seja completamente inconsistente, apesar de ter partes bacanas, tem outras péssimas e isso tudo misturado fazem com que eu não saiba direito se dou uma nota favorável ou uma ruim.

Nota: 5

Foi legal, mas frustrante, e o filme tem um andamento que não embala, o que faz ser cansativo de assistir, pessoalmente não compensa, mas pode ser que lhe agrade.

Para: ver um terror pseudo-intelectual, com direito a uma discussão de alguns personagens sobre niilismo que resume muito bem o filme.



Spoilers contando boa parte do filme.

O filme começa dez anos depois dos seqüestros, mostrando uma família, um policial, sua esposa que não fica bem claro o que faz da vida e sua filha adolescente que é ‘’roqueira’’ (apenas para um melhor entendimento). E o ultimo seqüestrado foi justamente o filho desse policial.
Ai ele descobre que o cara que ta preso na cadeia é o seqüestrador e vai investigar a casa dele, tudo isso sem o mínimo de pesquisa de como um policial deveria agir (procedimentos e tudo mais e infelizmente isso fica bem evidente) e de uma forma bem ‘’fácil’’ as respostas vão aparecendo, e com cenas inúteis também, como o policial perdendo um tempão vendo varias fitas ate encontrar a do filho.

O seqüestrador fala a historia dos pais mortos, mas em momento algum da a entender que as crianças iriam ‘’proteger’’ ele, e pelas cenas pareceu muito mais um pedófilo, mantendo as crianças por dez anos presas em jaulas, do que alguém querendo construir um exercito... Nisso tudo um policial acaba abrindo as jaulas e liberando as crianças (agora adolescentes) e a mulecada sai matando geral pela cidade, que se sabe lá por que não consegue se defender e é praticamente toda destruída por 14 moleques que tomaram PCP (não sei o nome da droga em português, mas também é conhecida por ‘’angel dust’’ phenycyclohexylpiperidine) durante 10 anos, no filme é falado que essa droga faz com que a pessoa não sinta dor, mas fique com o cérebro destruído.

E isso rende cenas com a molecada no melhor estilo ‘’zumbi maratonista’’ a diferença é que usam armas e conseguem abrir portas e ate mesmo escalar por dutos de ventilação. Mas tomam vários tiros e continuam se levantando e ate emitem grunhidos lembrando gritos... Um grande furo é que supostamente as crianças eram tratadas como animais e vemos alguns cabeludos, outros com corte de cabelo e todos com roupas do tamanho certo apesar de bastante rasgadas.

Enfim a idéia da coisa toda é que o Perkins queria se vingar do mundo, e fez isso ai (ser pego também fazia parte do plano).

Como se não bastasse no final temos varias situações clichês como a personagem indo ao banheiro sozinha para morrer, traição no grupo de sobreviventes, ‘’o amor salva’’...

Em outras palavras, apesar da capa ser legal, a primeira vista tanto o trailer quanto a sinopse chamarem a atenção e o filme ate ter boas partes, na pratica não presta, talvez se fosse escrito e dirigido a varias mãos (varias pessoas fazendo um pedaço) ainda pudesse ter a desculpa de ‘’porque o filme é tão cheio de altos e baixos’’.


1 comentários:

Cruor disse...

Esqueci de comentar outra ideia ''genial'', prestem atencao na ''incrivel'' rima que tem no poster =P