sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Entre os Muros da Escola


Título Original: Entre Les Murs
Ano: 2008
Diretor: Laurent Cantet
Roteiro: François Bégaudeau, Robin Campillo, Laurent Cantet
Gênero: Drama

Filme narra a realidade da educação pública francesa e seus problemas.

Entre os Muros da Escola mostra a vida do professor de francês, François, e os desafios de se dar aula numa sala onde a diversidade étnica e cultural dos alunos se torna um problema a mais além dos constantes confrontos professor/aluno.

O filme é baseado num livro de François Bégaudeau, que relata sua experiência como professor numa escola pública do centro de Paris. Além de ter feito o livro e participado no roteiro, François também atua como...François.
Antes de ver o filme tinha lido boas críticas a respeito dele, e concordo que seja um bom filme, bem escrito, dirigido e com atuações convincentes. Fiquei abismado com as atuações do professor e os alunos, muito reais. Até eu ler que os alunos eram realmente alunos e o professor também era um professor na realidade, aí se justificou a qualidade da atuação. O filme é quase um documentário "forjado", na verdade.

Outra coisa que havia lido sobre o filme é que ele retrata muito bem como é difícil o trabalho de professor na França, a falta de interesse dos alunos e blá blá blá, e depois de ver o filme constatei duas coisas: Os críticos não entenderam bem a proposta do filme, e os problemas de educação na França são bem diferentes dos problemas de educação no Brasil.
Digo que não entenderam a proposta do filme porque ele não relata que o problema da educação são os alunos, pelo contrário. Durante o filme todo, François subestima os alunos e por vezes os ridiculariza. Chamando-os de imbecis ou por atitudes autoritárias como achar que são incapazes de ler livros clássicos ou não saberem resolver algumas questões de gramática.

As crianças são ditas bagunceiras, mas pelo que vi no filme não agem nem perto do que uma criança "bagunceira" agiria. Na verdade elas são cheias de energia, gostam de conversar e não conseguem achar esse diálogo com os professores. Toda vez que procuram situar as aulas dentro de sua realidade, o professor corta ou ignora estas situações.

Em certa parte do filme, mostram as reuniões de classe dos professores para lidar com um aluno problema, e fica nítido o sentimento de "foda-se" que eles tem. Assuntos banais como máquinas de café tem mais importância do que o futuro dos alunos. Nesse ponto do filme o professor François se toca que o estilo de aula que ele dá não é realmente o melhor para os alunos e tenta "lutar" contra o sistema, mas deixa a impressão de que é realmente impossível resolver certos problemas e desiste desse novo posicionamento tá facilmente quanto mudou de idéia antes.


Nota: 7,5


Para: Futuros professores, atuais professores, quem for fã de cinema francês

2 comentários:

Cruor disse...

Eu tinha lido sobre esse filme tambem, e sempre tentavam comparar a realidade francesa com a brasileira. Tem uns outros filmes que agora nao me recordo o nome que retrata a periferia de paris e fazem a mesma coisa

mesmo com os problemas sendo completamente diferentes, ja que a franca ta cheio de armenio, turco e outros imigrandes e o que pega la é justamente o problema é dos franceses que nao sabem se adaptar a nova realidade. Pelo que voce escreveu é bem nessa ideia tambem

Em todo caso nao me animou =P

Rocha. disse...

fiquei com vontade de ver esse daí, mais por curiosidade mesmo do que achar que é um filme foda!
valeu a dica!