Lanterna Verde - Primeiro Vôo

Ano: 2009
Diretor: Lauren Montgomery
Gênero: Quadrinhos, Sci-Fi

Piloto de testes de uma companhia aérea encontra alienígena moribundo que lhe entrega um anel de poder e uma responsabilidade: Proteger o universo como membro de uma polícia intergaláctica!


Hal Jordan, piloto de testes da Ferris Aeronáutica, acaba sendo arrancado de um simulador de vôo durante um teste por uma energia verde estranha que o leva até Abin Sur, um alienígena a beira da morte que havia caído com sua nave no planeta Terra. Chegando lá, Sur confere a Jordan seu anel de poder e diz que agora ele é um membro da tropa dos Lanternas Verdes. A partir de então, Jordan é levado até o planeta Oa onde receberá o aval dos Guardiões do Universo e ficará sob a tutela de Sinestro, membro sênior dos lanternas, que se mostra insatisfeito com a tropa e acaba caindo no "lado negro" por causa de seus ideais.

Esse é um resumão da origem do herói e da história do filme. Mas para quem não sabe, a animação é baseada no personagem de mesmo nome da DC Comics, e como não poderia deixar de ser ele tem uma história muito mais complexa e ampla, com mortes, ressureições e tudo que um herói de quadrinhos tem direito.
Não vou culpar o filme por certas escolhas como visual de personagem X ou Y, ou mudanças de alguns conceitos, pois isso faz parte da adaptação de uma história que funciona de um jeito numa mídia (HQ) e ao ser transposto para outra tem que ser alterado.O grande problema de Primeiro Vôo é a má roteirização do filme que deixou de fora conceitos e idéias fundamentais para se compreender a história e as ações dos personagens. Muito em parte pelo pouco tempo do desenho, pouco mais de uma hora.

Já nos primeiros minutos as coisas acontecem de forma muito rápida e sem explicação. Jordan ganha o anel, em menos de 1 minuto já sabe usá-lo para voar e criar objetos, com 5 minutos ele já sai na porrada com 4 lanternas experientes e com 10 minutos ele já é "O" cara! E tudo isso sem explicar como funciona o anel.
O conceito do poder do anel não é abordado em nenhum momento, nem sobre sua fraqueza contra a cor amarela, o que aliás é citado por cima mas não tem efeito nenhum na ação.
Dentro do universo da DC, o anel dos lanternas é a arma mais poderosa do universo. Seu poder provém da força de vontade e superação do medo de seu usuário, assim como sua fraqueza perante a cor amarela provém do conceito de que o amarelo representa e atiça o sentimento de medo nas pessoas. Se você assistir a animação sem saber disso vai achar que o anel é só mais um item mega poderoso sem razão, como se fosse uma espada mágica, e mesmo sabendo vai ficar se perguntando "poxa, mas é isso? O cara ganha um anel e virou super-herói?".
Outra mancada é ignorar completamente a bateria central de Oa, que dá poder para os anéis. No final (SPOILER!)a bateria está destruída e dando uns socos Jordan consegue restaurá-la. Sim, só na porrada ele arruma um cristal de energia!(FIM DO SPOILER!)

Os personagens mantiveram suas personalidades das hq's. Jordan é um canastrão/gente boa e Sinestro mantém a linha ideológica de que os fins justificam os meios e sua passagem de "policial mau" para vilão não fica forçada. A relação dos dois é bem trabalhada durante a animação, mas os outros personagens acabam virando figurantes no decorrer da história, a maioria dos lanternas só aparece para morrer, na verdade. Esse é outro ponto bacana do filme, as pessoas morrem! Assim como nas hq's, tem lanterna verde morrendo a rodo.

A animação é bem feita e lembra um pouco o traço anime, também pudera, só tem japonês na produção do longa. As cenas de ação são legais e o uso de 3D é pouco e bem utilizado, assim como no desenho da Liga da Justiça.
O uniforme do lanternas é parecido com o das revistas, o maiozão verde e preto, e quando Sinestro toma o anel amarelo a roupa dele é a mesma da atual saga Tropa Sinestro/Noite Mais Densa.
O visual dos personagens não foge muito do que é nos quadrinhos também. Killowog ficou legal, apesar de preferir o da Liga e o Sinestro ficou um pouco bombado, nem parece o magrelo cabeçudo original.
Em suma, no quesito técnico a animação é bem feita, seguindo um traço diferente das outras animações da DC como Batman, Liga da Justiça e Superman, mas que não deixa de ser bacana.
Já a história e roteiro ficaram a desejar. Existem muitos furos, que ao meu ver foram resultado do pouco tempo de filme, tentaram mostrar o máximo possível para o público ficar a par do personagem que vai ganhar filme live action nos próximos anos e o tiro acabou saindo pela culatra. Uma pena para os fãs que esperaram tanto para ver o "verdadeiro" Lanterna Verde Hal Jordan, já que no desenho da Liga a função ficou a cargo de John Stewart, o segundo Lanterna.

Nota: 5,0

Recomendado para: Fãs do Lanterna, quem curte temas espaciais, quem quiser enrolar uma hora.

PS.: O episódio da Liga que John Stewart é acusado de destruir um planeta é mais legal!