segunda-feira, 27 de julho de 2009

Gran Torino


Ano: 2008
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk e Dave Johannson
Gênero: Drama

Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um velho veterano da Guerra da Coréia ex-funcionário da antiga fábrica da Ford, rabugento, nacionalista e preconceituoso. Para completar, não possui o amor de sua família e está cercado por vizinhos asiáticos, além de ter um lindo Ford Gran Torino em sua garagem, que é motivo de cobiça por muitas pessoas.

Só pela sinopse vemos que é um filme de drama com foco na vida e no relacionamento entre as pessoas. Está certo, mas eu esperava ver esse tema no filme sendo tratado de outra maneira. Achei que seria apenas um velho que odeia seus vizinhos e no final fica amigo deles e de sua família. Me enganei completamente, foi muito melhor do que isso.

Posso resumir o filme em duas palavras: Belo e direto.
Belo pela maneira com que as coisas são tratadas, com realidade, e tão bem feitos que nã
o foi preciso alguma trilha sonora para emocionar, mas sim as atuações, algum momento chocante ou até mesmo o silêncio fizeram esse trabalho, não é igual muitos filmes, que o que realmente emociona é aquela música bonita ali no fundo. No longa tem uma senhora, asiática, muito velha, que fala em algumas partes, e mesmo sem legenda, falando em uma língua completamente desconhecida, era completamente compreensível o que ela estava dizendo.

Direto pois ele mostra muitas coisas, como a realidade “bairristica” norte-americana, onde as gangues se separam por nacionalidade e raça; preconceito; relacionamento em família, mas não mostrando o motivo pelo qual a família dele é um lixo e egoísta, mas sim dando a entender, mas sem querer ser o foco do filme, é apenas um detalhe.

Outra tema que me chamou bastante atenção no filme foi a religiosidade.[SPOILER LEIA POR CONTA E RISCO] Kowalski só ia na igreja para acompanhar sua esposa e parecia não se importar com isso, apesar de não ser muito religioso. Só que o mais engraçado é quando acontece algo ruim, ou algo que ele não goste, suas primeiras palavras são “Jesus Cristo”. Perdi a conta de quantas vezes ele fala isso no filme, mais de dez com certeza. Isso é algo muito comum de fazer, mesmo sem ser algum religioso, quem aqui nunca falou isso ou algo parecido, como “meu deus”, em situações como esse? O velho frequentou por anos a igreja com sua esposa, mas nunca se identificou com os ensinamentos contidos lá. Porém em um dia que foi em uma festa dos asiáticos, uma espécie de “guru” deles se levantou em sua direção e falou algumas frases. Essas frases tocaram Walt ao fundo, como se ele houvesse sido compreendido de corpo e alma, muito mais do que todos esses anos na católica. Isso é uma critica, ao meu ver, às pessoas que se fecham em uma religião ou então dizem não gostar, ao conhecer apenas uma, e não abrir sua mente para as milhares que existem no mundo. Outro ponto que chamou atenção ainda nesse tema religioso, é que um padre ficou enchendo o saco de Walt para se confessar o filme todo. Quando finalmente Walt se confessou, disse duas coisas apenas; que havia traído sua mulher uma vez e que sonegou o imposto de renda. Deu a entender que as duas coisas com que ele se importa na vida são sua falecida esposa e sua pátria, mas na guerra ele havia matado mais de 10 pessoas, sendo que uma delas foi um adolescente.
[FIM DO SPOILER]

Apesar de Walt ser solitário, o filme possui bastante diálogos e bem dinâmicos. Se você for lento para ler, ao ver esse filem legendado pode ficar para atrás em alguns momentos. E por falar em solidão, fiquei muito com a sensação de que eu estava vendo o mesmo Clint de seus antigos filmes western, no sentido de estar indo a procura de algo, só que dessa vez não era um punhado de dólares, mas sim algo emocional, de seu interior, que seus antigos personagens não haviam conquistado. Em alguns momentos até torci para ele puxar alguma pistola antiga e sair atirando em todo mundo! Esse filme só me confirmou pra mim que Clint Eastwood possui uma das carreiras mais brilhantes do cinema mundial.

Os outros atores são bons, convincentes no mínimo mas nada que seja otimamente gritante, apenas perfeito para o filme. O Choque de culturas foi bem legal, onde em um lado acontecia um velório, enquanto na casa vizinha uma festa asiática para receber o membro da família que arressem nascera. E tudo isso muito bem retratado, com uma realidade muito boa.

Em suma, é um ótimo filme, belo e agradável, que faz a gente pensar em muitas coisas, emociona e faz rir em algumas partes.
Recomendado!

Nota: 9,2

2 comentários:

Cruor disse...

Parece bom, nao sou chegado a drama, mas esse animou

Unknown disse...

puta merda, perfeito esse filme! nem curto filme de drama, mas esse ae vale a pena ver cooom certeza!