Anjos da Noite (Underworld)

Ano: 2003
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Kevin Grevioux & Len Wiseman
Gênero: Ação / Fantasia

Aviso: O Review pode conter alguns spoilers, não muito pesados, mas como o filme é antiguinho e não muito famoso e nem importante para a história do cinema, farei assim para poder aprofundar o review.

Os Vampiros e Lycans (lobisomens mais desenvolvidos) travam uma guerra eterna, onde o objetivo de ambos é eliminar a raça rival. Selena era uma garota normal, que quando seus pais foram mortos, foi transformada em vampira e cuidada por Viktor, que a disse que a culpa por ela ser órfã é dos Lycans, e agora ela quer se vingar a todo custo.

Existe uma ampla mitologia por trás dos Vampiros, onde podem possuir força bruta, voar, transformarem-se em morcego, desaparecer, e coisas do tipo, assim como os Lobisomens, que são extremamente violentos e ágeis. Porém, quem escreveu o filme preferiu ignorar todos esses fatos. Afinal, qual é a utilidade dos poderes naturais de um vampiro se eles podem tirar carteira de habilitação e gastar com carros? A própria Selene, personagem principal, possui um muito veloz... pô, Vampiros precisam de carro ou foi uma tentativa frustrada de tentar deixar ela foda, a 200 km/h em um carrão com o motor berrando? Além disso, a maioria dos duelos do filme foram com pistolas automáticas e metralhadoras, trocando tiros, como por exemplo, em um metrô, usando pilares como proteção. Isso passava uma total impressão de que Vampiros e Lobisomens eram humanos, pois mesmo antes de descobrirem que os adversários possuem balas de ultra violeta e prata, tentavam não levar tiros... mas eles não são imortais? Com balas normais Vampiros e Lycans poderiam ficar cara-a-cara trocando tiros até cansar. Pff, foi por água a baixo todo aquele papo de estaca de madeira, bala de prata, luz solar, alho, água benta, etc...

Outra falha no roteiro, ainda nessa linha da imortalidade, foi quando Selene (imagem a cima), a Vampira, está em seu carrão com Marcus Corvin a seu lado levando-o para a base dos Vampiros (com fim de descobrir o motivo pelo qual os lycans o perseguem) e caem em um lago. Então com ela desmaiada, ele a retira do carro. Com isso, Selene protege ele, agradecendo por ter salvado sua vida... sabe, pensando bem, seria muito mais interessante se ele tivesse deixado-a afundar, aí eu veria, pela primeira vez na história, um vampiro morrendo afogado... não é incrível? (imagem a baixo do lobisomen salva-vidas)

Como de praxe nos filmes, não poderia deixar de ter a paixão proibida que muda o rumo da história. Nesse caso, Selene e Marcus se apaixonam, só que ela é Vampira e ele Lycan, e isso poderia ter sido completamente ignorado da história, já que de certa forma interferiu por ela ajudar ele, mas não precisava ser por paixão, mas sim por ele ser parente de Corvinus e ter um sangue no qual é possível receber mordida de vampiro e lycan, assim se transformando na criatura mais poderosa de todos os tempos e única capaz de derrotar Viktor (imagem a baixo).

(SPOILER MAIOR QUE CONTA O FINAL) Então, com Selene descobrindo que foi Viktor quem matou a família e que ela foi poupada por se parecer muito com sua filha, se voltou contra o mestre e morde Marcus, que se transforma na criatura suprema, metade Vampiro e metade Lycan, que Viktor tanto temia. Assim, os dois travam uma batalha equilibrada, em que Viktor leva uma leve vantagem, mas para estragar ainda mais a trama, Selene pega uma espada e interfere, cortando a cabeça de Viktor ao meio como se fosse papel, no melhor estilo Hokuto no Ken, em que passa pulando dando o golpe de espada e cai de pé atrás, enquanto ele fica em pé como se nada tivesse acontecido, até que sua cabeça desliza para um lado, confirmando sua morte. Só faltou ela dizer "Omae Wa Mo Shindeiru" (fala de Kenshiro em Hokuto no Ken logo após golpear o oponente, que significa “Você já está morto”).
(FIM DO SPOILER MAIOR QUE CONTOU O FINAL).

Os efeitos não são dos melhores, em alguns momentos são bem feios, como por exemplo os homens se transformando em lobisomens, a pele começava a borbulhar, era estranho.
A trilha sonora embalou bem o filme, mas nada tão perceptível nem original.

As atuações nem tem muito o que falar, só que fizeram o necessário para um filme de ação do nível desse, o que não se exige muito. A única coisa que não consigo engolir é Michael Sheen como Lucian (imagem a baixo), não combina nem um pouco. Ficou um pouco melhor ele assim com roupas modernas do que sem camisa e roupas medievais no terceiro filme da série, mas mesmo assim é triste, ele definitivamente não serve para esse papel... veremos como ele se sai como o Coelho Branco no filme Alice no País das Maravilhas, do Tim Burton, que sai ano que vem.

Apesar de tudo isso, o filme até que é divertido, daqueles para se ver num dia à tarde quando não há mais nada para fazer, ou então sem propósito nenhum alem de uma diversão casual.

Nota: 5,4